Concessões de florestas na Amazônia triplicam como aposta no combate ao desmatamento
Redação 2 25/07/2024 0 COMMENTSFoto: divulgação
Em uma iniciativa inovadora, o governo brasileiro, juntamente com entidades do setor privado e organizações do terceiro setor, uniram forças com o objetivo de expandir a área de concessões de florestas públicas na Amazônia de 1,3 milhão de hectares para 5 milhões de hectares nos próximos dois anos. Esse movimento estratégico está alinhado com as diretrizes estabelecidas pela Lei de Gestão das Florestas Públicas, de 2006, e abrange duas principais abordagens: o manejo e a restauração florestal. Esta coalizão é vista como uma medida fundamental para deter o desmatamento ilegal e preservar a floresta.
A parceria reúne expertise do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), atrelado ao Ministério do Meio Ambiente e que busca alternativas econômicas para a conservação da floresta, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) – uma ONG que promove a conservação ambiental -, e da Systemiq, uma consultoria internacional que visa a transição para uma economia de baixo carbono.
Leonardo Sobral, diretor do Imaflora, enfatiza a necessidade de avançar nesta agenda para continuar protegendo as florestas brasileiras. Ele ressalta que, desde 2006, o país já logrou conceder 1,3 milhão de hectares de terras federais e aproximadamente 2 milhões de hectares contando com as estaduais para conservação.
O manejo florestal, uma das modalidades de concessão, permite a extração cuidadosa de árvores e a exploração de outros recursos naturais, seguindo critérios rigorosos para assegurar a sustentabilidade da floresta. Sobral aponta que esta estratégia também promove a legalização de territórios, muitos dos quais são vulneráveis à grilagem e ao uso ilegal.
As terras públicas na Amazônia, que somam cerca de 60 milhões de hectares e são frequentemente cobiçadas por grileiros, desempenham um papel crucial na luta contra o desmatamento ilegal. Estas áreas, ao serem efetivamente gerenciadas, podem também fazer parte importante no combate à emissão global de CO2, armazenando bilhões de toneladas do gás.
A restauração florestal, por outro lado, concentra-se em áreas degradadas, com um modelo de negócios que potencialmente gira em torno da venda de créditos de carbono. Apesar dos desafios deste mercado emergente no Brasil, Renato Rosenberg, diretor de Concessões Florestais e Monitoramento do SFB, é otimista quanto à sua evolução e ao interesse de investidores no potencial de projetos de alta integridade ambiental e social.
Felipe Faria, da Systemiq, considera que integrar o mercado de carbono com práticas de manejo e restauração confere uma nova dinâmica de financiamento e estímulos para a proteção das florestas. Ele acredita que esse enfoque não apenas beneficia as comunidades locais, mas também contribui para a conservação do meio ambiente global, alavancando o desenvolvimento sustentável.
Esses esforços contam com o apoio do governo britânico por meio do UK PACT, parte do International Climate Finance (ICF), reforçando o compromisso internacional na luta contra as mudanças climáticas e na preservação da Amazônia como um bem único para a prosperidade econômica e ambiental.
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