Grupo Chibatão lidera e começa tratativas com a Marinha para construção de novo píer flutuante no Amazonas
Redação 2 10/03/2025 0 COMMENTS
Amazonas: Preparativos para Mitigar Impactos de Estiagens Futuras
Amazonas – Visando antecipar possíveis consequências de futuras secas, o Grupo Chibatão iniciou o processo para obter autorização para instalar um novo píer flutuante no estado do Amazonas. Este movimento busca assegurar que as operações logísticas continuem sem interrupções, independentemente das condições climáticas nos próximos meses.
O diretor-executivo do Grupo Chibatão, Jhony Fidelis, encontrou-se na última segunda-feira (10) com o Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, André Carvalhaes, na Capitania Fluvial. Durante o encontro, foi entregue um ofício formalizando o pedido para que a estrutura seja implantada ainda este ano.
Garantia de Estabilidade Logística
Conforme Jhony Fidelis, o objetivo principal da nova solicitação é manter a estabilidade logística do estado mesmo diante de condições climáticas imprevisíveis. “Nosso foco é antecipação. A experiência do ano passado mostrou que investir em soluções adaptáveis é essencial para manter o fluxo de mercadorias e minimizar impactos econômicos”, destacou o diretor-executivo.
Impactos da Seca de 2023 e Medidas Adotadas
Em resposta às dificuldades enfrentadas pela seca de 2023, o Grupo Chibatão implementou, em 2024, um píer flutuante provisório em Itacoatiara. Com uma extensão de 277,5 metros, a estrutura foi projetada para funcionar mesmo com baixos níveis hídricos, permitindo a atracação de grandes navios e evitando interrupções no escoamento de cargas. Entre setembro e novembro de 2024, o píer recebeu 31 navios e movimentou cerca de 34 mil contêineres, contribuindo para que as importações do Amazonas alcançassem US$ 13,7 bilhões até outubro, ultrapassando os números de 2023.
“O mundo inteiro está atento ao nosso regime de seca, e a antecipação traz tranquilidade ao mercado. Isso demonstra que nós, amazonenses, estamos preocupados e tomando as providências necessárias para garantir que o comércio continue ativo e que a economia permaneça saudável. O mais importante é que as pessoas saibam que o Amazonas não vai parar. Independentemente das secas e cheias, manteremos o abastecimento da cidade e o Distrito Industrial em pleno funcionamento”, afirmou o Capitão dos Portos.
Projeções Climáticas e Desafios Futuros
Meio ambiente – As projeções climáticas atuais indicam que os níveis dos rios devem se manter mais estáveis este ano em comparação aos anteriores. O Governo do Amazonas declarou recentemente que, até o momento, não há previsão de uma seca tão severa quanto a de 2024. Contudo, especialistas alertam que eventos climáticos extremos podem se tornar mais frequentes devido às mudanças climáticas globais, tornando essencial o planejamento contínuo para mitigar impactos na logística regional.
Nos últimos anos, as secas severas na região afetaram diretamente o transporte de mercadorias e a economia do estado. Em 2023, o nível do Rio Negro atingiu 13,59 metros em outubro, uma das menores marcas já registradas. Em 2024, o cenário foi ainda mais crítico, com o rio chegando a apenas 12,66 metros, a menor cota dos últimos 122 anos, segundo dados do Porto de Manaus. Essa redução comprometeu a navegação de embarcações de grande porte, impactando o abastecimento da Zona Franca de Manaus e resultando em custos logísticos adicionais.
A decisão do Grupo Chibatão de solicitar antecipadamente a autorização para um novo píer flutuante reflete uma postura preventiva frente aos desafios logísticos do estado. Caso aprovada, a estrutura poderá representar um reforço significativo para o transporte de cargas e o abastecimento da Zona Franca de Manaus, fortalecendo a resiliência do setor portuário no Amazonas.
