Manaus, uma cidade com história rica e cheia de curiosidades, completa 354 anos nesta terça-feira (24). Conhecida por ser pioneira em diversos acontecimentos históricos, a capital amazonense sempre despertou a curiosidade dos brasileiros. No entanto, ao longo dos anos, algumas histórias foram distorcidas ou apenas mitos criados para engrandecer a cidade.

Um dos mitos mais famosos é o de que Manaus é uma cidade “fofoqueira”. Porém, esse hábito de fofocar não é uma novidade recente. Já nos jornais do século XIX era possível encontrar especializações em fofocas. Viajantes da época, como o inglês Alfred Russel Wallace, relatavam que a fofoquinha era o passatempo preferido dos manauaras.

Outra curiosidade diz respeito à comunicação da cidade com o restante do Brasil. Durante muito tempo, Manaus tinha uma comunicação demorada com o Sudeste do país, devido ao processo feito por embarcações. Um exemplo disso foi a Proclamação da República, que aconteceu em 15 de novembro de 1889, mas só foi conhecida pela população de Manaus seis dias depois, em 21 de novembro. Essa demora também ocorreu com a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Os manauaras demoraram dias para saber que o país era independente, já que o contato deles era mais com o exterior durante a época da borracha.

Um mito que envolve a energia elétrica também é comum na história de Manaus. Muitos acreditam que a cidade foi a primeira do Brasil a receber luz elétrica, porém, o historiador Fábio Augusto desmente essa informação. Segundo ele, Manaus não foi nem a primeira, nem a segunda cidade do país a ter luz elétrica. Quando a energia elétrica foi inaugurada na capital amazonense, em 1896, ela já existia em outras cidades brasileiras, como Campos dos Goytacazes (RJ), Rio Claro (SP), Porto Alegre (RS), Juiz de Fora (MG), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Maceió (AL).

Outro mito que circula na história de Manaus é sobre as roupas serem lavadas em Paris durante a época da borracha. De acordo com o historiador Fábio Augusto, isso não passa de boato. Na verdade, as famílias mais ricas eram os principais clientes das lavanderias da cidade. A história de lavar roupas em Portugal também é questionada pelo historiador Otoni Mesquista, que afirma não ter encontrado nenhuma notícia em jornais da época que comprove tal hábito.

Uma curiosidade verídica é que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é reconhecida pelo Guinness Book como a universidade mais antiga do Brasil. Fundada em 1909, a instituição foi a primeira a oferecer mais de um curso, caracterizando-a como uma universidade.

Outra história curiosa envolve o icônico Teatro Amazonas. Durante os anos 1970, o teatro foi pintado de azul, mas após uma restauração, descobriu-se que a cor original era rosa. Desde então, o tom rosa voltou a ser a marca registrada desse suntuoso teatro.

Manaus também possui uma história interessante com um bairro conhecido como “cidade flutuante”. Durante mais de dez anos, casas flutuantes se espalhavam pelo Rio Negro, formando uma espécie de bairro com comércios, restaurantes e consultórios. Porém, em 1966, o governador da época decidiu demolir a cidade, considerando-a uma vergonha para a civilização e desenvolvimento de Manaus.

Por fim, não podemos deixar de mencionar o Porto de Manaus, reconhecido como o maior porto flutuante do mundo. Essa estrutura histórica e fundamental para a economia do Estado do Amazonas é tombada pelo Iphan e comporta navios de grandes dimensões, acompanhando os níveis das águas do Rio Negro.

Manaus, uma cidade que guarda muitas histórias interessantes e curiosas, convida a todos para conhecer sua rica trajetória de 354 anos de existência.

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/10/24/cidade-fofoqueira-e-teatro-amazonas-azul-saiba-o-que-e-verdade-na-historia-de-manaus-que-celebra-354-anos.ghtml