Banco do Brasil fecha parceria com Drex para testar pagamentos offline.
redacao 11/03/2024 0 COMMENTSFoto: divulgação
No Brasil, a inovação em pagamentos está avançando para um novo patamar com o advento da tecnologia de transações de moedas virtuais que não necessitam de conexão à internet. Imagine realizar pagamentos utilizando uma pulseira, um cartão de plástico ou até mesmo seu celular, apenas aproximando o dispositivo do destinatário, executando a transferência de valores de forma segura e criptografada. Essa solução, já explorada em nações como Gana e Tailândia, agora chega ao Brasil para ser meticulosamente avaliada.
Um passo significativo foi dado através de um acordo de cooperação técnica entre o Banco do Brasil (BB) e a Giesecke+Devrient Currency Technology (G+D). O foco dessa colaboração é o Drex, a versão digital do real projetada pelo Banco Central, que agora poderá ser utilizada para efetuar pagamentos offline. A G+D, uma companhia de renome global especializada em segurança digital e tecnologia financeira, traz sua expertise ao projeto, reforçando a iniciativa do Drex no cenário mundial de moedas digitais de Bancos Centrais.
Este acordo, concluído após intensas negociações, visa a criar meios adaptados à realidade brasileira para que o Drex seja utilizado em transações independentes da internet, complementando métodos de pagamento já existentes, como dinheiro físico, cartões e Pix. Esta proposta emergiu do Lift Challenge, um programa comandado pelo Banco Central do Brasil, dedicado a inovações financeiras e tecnológicas.
De acordo com o Banco do Brasil, esta nova modalidade de pagamento offline abre portas para usos inovadores do Drex, possibilitando, se os testes forem positivos, a implementação dessas moedas digitais criptografadas em atividades diárias. Isso pode incluir desde pequenas compras no comércio local, pagamento de serviços, até mesmo a distribuição de mesada, entre outros.
Uma grande vantagem destacada pelo BB é a inclusão de pessoas com acesso limitado à internet, sem integração financeira ou que residam em áreas de infraestrutura precária. Indivíduos sem contas em bancos poderão possuir carteiras digitais em dispositivos wearable, como pulseiras ou anéis, e realizar transações seguras em estabelecimentos locais. A segurança das transferências de dados criptografados entre contas é assegurada por um protocolo de segurança especialmente desenvolvido pela G+D.
Embora a inclusão bancária tenha crescido e o Pix tenha se popularizado, o uso de dinheiro em espécie ainda é substancial no Brasil. Um estudo realizado pela Tecban revelou que 29% dos brasileiros ainda dão preferência ao dinheiro físico como sua principal forma de pagamento, um número que aumenta para 32% nas classes C, D e E e atinge 40% na Região Nordeste. Entre as razões para esta preferência, a pesquisa indica a falta de acesso a contas bancárias ou cartões de crédito e dificuldades de conectividade.
Nesse contexto, uma alternativa de pagamento que dispensa a internet, prática e segura, pode não apenas proporcionar uma opção viável ao dinheiro em espécie, mas também contribuir grandemente para a popularização do Drex, transformando o cenário de pagamentos no país.
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