Corregedoria da Polícia Federal suspende ex-superintendente por ‘deslealdade’ no Amazonas
Redação 2 25/07/2024 0 COMMENTSFoto: divulgação
A Polícia Federal (PF) determinou a suspensão do delegado Alexandre Saraiva, que antes comandava a superintendência regional do Amazonas, por 31 dias. A medida foi justificada pela alegação de que Saraiva teria atacado a figura do então diretor-geral, Paulo Maiurino, de forma desleal, comprometendo a imagem da instituição. Conforme apontado pela Corregedoria da PF, em 2021, Saraiva teria feito sérias acusações contra Maiurino, lançando uma série de críticas e questionando a administração integralmente.
Saraiva, por outro lado, optou por não expressar sua opinião sobre o ocorrido. Fontes revelaram ao Estadão que se espera que sua defesa apresente um recurso. Nas suas defesas inseridas no procedimento disciplinar, acessadas pela equipe do Estadão, o delegado disse sentir-se como se estivesse sendo censurado e argumentou que a verdadeira intenção era “silenciar o mensageiro”.
A denúncia feita por Saraiva ao Supremo Tribunal Federal, envolvendo o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em supostas irregularidades, foi um dos episódios em destaque durante sua gestão. Essa e outras condutas foram consideradas infrações disciplinares e violações do dever funcional.
Na origem do processo administrativo disciplinar, quem estava no poder era o governo Bolsonaro. As razões para a sanção, detalhadas no Boletim de Serviços da PF, focam na ação de Saraiva ao protocolar uma queixa contra Maiurino diretamente na Corregedoria, proposta essa feita à parte de seus superiores, indo contra os princípios que regem a instituição.
Adicionalmente, Saraiva foi responsabilizado por seus comentários e entrevistas a respeito de sua demissão, além das críticas emitidas contra o ex-diretor-geral, incluindo menções a viagens pessoais de Maiurino e a aquisição de imóveis. Tais declarações também geraram debates jurídicos, mas uma corte no Distrito Federal decidiu a favor de Saraiva, recusando condená-lo por difamação.
Durante sua argumentação final, Saraiva questionou o encaminhamento do processo na Corregedoria Geral em vez da Corregedoria Regional no Rio de Janeiro, trazendo à comparação o caso que beneficiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando sentir-se vítima de perseguição politizada, também conhecida como “lawfare”.
Ele ousadamente critica a investigação da PF, enfatizando o desgaste sofrido pela instituição sob um governo repleto de escândalos, questionando a justiça da atribuição de culpa quanto aos danos à reputação da PF. Este argumento, como detalhado no Estadão, faz parte do conjunto defensivo levado à Corregedoria.
RELATED ARTICLES
Posts recentes
- Roberto Cidade faz alerta para pesquisa que mostra que Manaus é a capital que mais perdeu vegetação em 20 anos
- Jurista Ives Gandra e Dr. Rafael Camara Medeiros Parente publicam artigo: “Não existe direto adquirido ao Aborto ‘Legal’; veja
- Após indireta de Zuckerberg, Moraes diz que redes sociais só continuarão a operar no Brasil se seguirem legislação
- STF garante liberdade de imprensa e diz não à censura contra o Portal CM7 Brasil
- Ministro do STF, Edson Fachin, defende a liberdade de imprensa e suspende censura contra o Portal e TV CM7 Brasil