PMs investigados pelo MP criaram no WhatsApp o grupo ‘Os Mercenários’, com imagem do filme
Redação 2 27/05/2022 0 COMMENTS
Policiais militares investigados por corrupção e outros crimes pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) criaram um grupo de WhatsApp com o nome “Os Mercenários“, com uma imagem do filme, para se comunicar.
Os promotores analisaram mensagens e ligações que, segundo o MP, comprovam as condutas criminosas.
“Os denunciados compunham o GAT do 24º BPM, e durante a análise do aparelho, se percebeu que os denunciados atuavam de forma criminosa, fazendo cobrança de arrego do tráfico, extorquindo comerciantes. Quando os arregos não eram pagos, eles executavam esses traficantes, torturavam“, afirmou Eduardo Pinho, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), em coletiva à imprensa.
Nove militares foram presos nesta quinta-feira (26) na Operação Mercenários. Eles são acusados de fazer parte de uma quadrilha armada que age dentro de batalhões da Polícia Militar.
O comandante do 15º BPM (Caxias), alvo de mandado de busca e apreensão, foi afastado do cargo. Em mensagens de celular interceptadas, subordinados dizem que o tenente-coronel André de Araújo Oliveira autorizava “matar à vontade”. Ele não foi preso, mas é investigado.
No batalhão, os investigadores encontraram mais de R$ 37 mil em espécie, atrás de um sofá.
Para o promotor Marcelo Arsênio, há indícios que esse dinheiro era do tráfico de drogas.
“Percebi um movimento estranho no batalhão, e decidi ver se o capitão ainda ocupava uma sala na P2. Em cima de um sofá tinha um fardamento dele, e atrás do sofá a gente encontrou vários sacos de dinheiro, ali armazenados. Um valor de aproximadamente R$ 38 mil, que estão contando ainda”.
Ao todo, 11 PMs eram procurados por corrupção, tortura, peculato e concussão — quando um funcionário público usa o cargo para obter vantagens indevidas.
Presos
- Adelmo da Silva Guerini Fernandes
- Antônio Carlos dos Santos Alves
- Marcelo Paulo dos Anjos Benício
- Mário Paiva Saraiva
- Oly do Socorro Biage Cei de Novaes
- Vitor Mayrinck
- Francisco Santos
- Marcelo Leandro Teixeira
- William de Souza Noronha
Dois policiais ainda são procurados.
O chefe do Serviço Reservado (P2) do 15º BPM, capitão Anderson Santos Orrico, não era alvo dos mandados, mas foi levado para prestar esclarecimentos da 3ª DPJM.
Um subtenente, quando foi alvo da operação em Santa Cruz, jogou mochilas no quintal de um vizinho. Nessas mochilas, havia R$ 100 mil.
“Foram encontradas armas na casa dele também, e dinheiro no carro dele também”, disse a promotora Juliana Pompeu.
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